Sobre a morte física de Jesus

ContraMundum
3 min readAug 24, 2021

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Tempos atrás, li um artigo científico sobre a morte de Jesus, publicado em 1986 em uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo — o JAMA, The Journal of the American Medical Association.

O artigo é intitulado “On the Physical Death of Jesus Christ” (Sobre a morte física de Jesus Cristo).

Nele, os autores demonstram como processo de açoitamento romano era terrivelmente cruel. São descritos detalhes técnicos, que juntamente com a narrativa bíblica, fornecem um panorama completo de todo esse processo, desde o julgamento até a morte na cruz.

Antes do julgamento, é narrado em Lucas 22 que Jesus estava em profunda angústia e suava sangue. Embora seja um fenômeno raro, médicos reconhecem essa característica como hematidrose, que pode ocorrer devido a altos níveis de stress.

Após o julgamento, Jesus foi açoitado violentamente com um chicote de couro, com pequenas bolas de ferro nas pontas e ossos pontiagudos. As bolas de ferro causavam ferimentos internos e os ossos dilaceravam a carne, expondo a musculatura esquelética e causando grande perda de sangue, o que provavelmente o deixou em um estado de pré-choque.

Após severa flagelação, Jesus foi zombado, cuspido e obrigado a carregar a própria cruz até o Gólgota.

Durante a crucificação, o acusado era jogado sobre a cruz no chão, e pregado com pregos de até 18 cm de comprimento nos pulsos e nos pés. A crucificação era um processo que produzia intensa dor e causava uma morte lenta e sufocante.

Respirar era algo extremamente doloroso. A cada respiração, Jesus tinha que elevar as costas em carne-viva, arrastando-a na madeira e apoiando todo o peso nos pés, que estavam pregados. Fato que aumentava a perda de sangue e causava dores terríveis.

As causas da morte por crucificação poderiam ser várias, mas às duas mais comuns eram choque hipovolêmico e asfixia por exaustão.

Quando o evangelho de João narra que após a morte de Jesus um soldado o transpassou com a lança e saiu “sangue e água”, a explicação dos cientistas é de que a água provavelmente representava fluido pleural e pericárdio seroso e teria precedido o fluxo de sangue e teria menor volume do que o sangue. Talvez no cenário de hipovolemia e da insuficiência cardíaca aguda, os derrames pleurais e pericárdicos podem ter se desenvolvido e teriam sido adicionados ao volume de água aparente.

Analisando somente o sofrimento físico de Jesus, percebemos o quão terrível deve ter sido suportar tudo isso. Stress intenso, noite sem dormir, um julgamento injusto, açoitamento desumano, zombaria e ter que carregar seu próprio instrumento de morte.

Mas isso não foi NADA!

O que “pesou” sobre seus ombros foram os nossos pecados. Isaías há muito tempo profetizara:

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5)

Ele era o sacrifício. O cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Somente o Deus que se fez homem poderia reconciliar os homens com Deus.

Por isso dizemos que o sacrifício foi por amor, pois Ele não tinha pecado, nós sim. Se o pecado gera a morte, quem deveria morrer seríamos nós, e não Ele.

Toda a sua podridão, todos os seus maus pensamentos, toda sua revolta contra Deus…tudo isso estava sobre os ombros de Cristo.

E ele venceu não somente o pecado, mas também a morte!

Quando pensar que sua vida está difícil demais, que nada parece dar certo, lembre-se de Cristo na cruz e de tudo que Ele passou por amor a você.

Autor: Ramon Serrano

Link do artigo: http://www.godandscience.org/apologetics/deathjesus.pdf

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“ Se o mundo for contra a Verdade, então eu serei contra o mundo.” Santo Atanásio de Alexandria